09/11/2010

Para Lucy

Agora que você tá vindo para ficar um mês inteirinho junto, minha garganta aperta até chegar no limite da vontade de chorar. De alegria. Sempre. E muito de agradecimento pela vida. Já se passaram três meses desde que passei pelo maior susto da minha vida que foi a possibilidade de não ter mais você com a gente. Travei. Só agora consigo escrever sobre o assunto e sobre minha sinceridade ao tentar fazer um trato com Deus: pega o resto de anos que tenho na terra, divide por dois e dá a uma das metades a ela. Claro que Deus não levaria a sério uma proposta tão egoista. Mas, sabe, o mundo não teria a mesma graça se você não tivesse aqui. Por isso é tão importante a sua vinda para ficar um mês interinho comigo. É como se fosse uma vida inteira.

Você continua sendo a pessoa por quem mais eu sinto saudades em todo o Sistema Solar.

20/10/2010

desviada do caminho

A pessoa não tem o que fazer e resolve sair de casa mais tarde. Não tendo mais o que fazer ainda resolve desviar o caminho. Na falta total do que fazer, entra numa loja de sapatos com uma placa enorme de promoção. Resultado: ponto marcado no trabalho com uma hora de atraso e começo de dia feliz feliz feliz com três sandalitas novas e lindíssimas.

19/10/2010

Café Nice

Olhar as pessoas no metrô é a minha diversão preferida de todas as manhãs. Dependendo do humor, o olho fica mais ou menos ácido. Hoje ele tava raivoso. Saí de casa um tanto puta com Gaido e isso provocou a ira nas leituras, quase sempre bem humoradas.

Aliás, nem teve leitura. O olhar tava fechado atrás do óculos escuros propositalmente colocados, para não ter que falar com os olhos aquilo que a boca tava com preguiça de dizer.

_ Que graça tem não ter com quem comentar as mungangas do povo?

Mas, meu desdém foi interrompido pelo papo de dois velhotes na cadeira do lado. Um deles falava de um passado que pareceu glamouroso. De quando foi no Café Nice com uma namorada e que depois levou ela para dançar com o desejo da noite não terminar nunca. Achei aquilo tão bonito vindo de senhorzinho careca e de cabeça branca. Aposto, em meu romantismo, que ele não deixaria a mulher com quem ele quer dançar pra sempre, sair de casa chateada com ele.

Sabe, poesia é necessária. Romantismo idem. Mas um pedido de desculpas de quem a gente ama, depois de uma grosseria desnecessária, é imprescindível para fazer o dia mais feliz.

08/09/2010

Need for speed é o caralho

Subterfúgio é o novo nome do game.

_ bom saber!

01/09/2010

Pracinha do Polter...

O balanço da pracinha perto de casa vive em movimento. Sozinho. Com vento. Sem vento. Vuuuuuu... vai lá em cima.

Ontem, o Polter (chamo ele dessa forma carinhosa) que brinca por ali tava todo empolgado. Quando a gente olhava, parecia aumentar a velocidade do balanço. A gente parava de olhar, ele diminuia.

_ exibido!

madruga

Noite de sono perdido e longas conversas com Gaido. Não tem jeito, eu tento, falo, digo e redigo, mas ele anda tão empolgado com o novo trabalho que sempre dá um jeito de botar no meio da conversa: são as ideias, as soluções, os elogios que anda recebendo, a vontade de mudar o mundo...adoro mas tenho o maior medo de nos tornarmos um casal monoassunto, até porque trabalhamos no mesmo grupo e nos cruzamos em assuntos, reuniões, pautas e até nas soluções.

Confesso que essa empolgação toda me influenciou. Deu um gás. Me desafiou. Me fez lembrar da menina que continua aqui em mim - inquieta, ansiosa, cheia de ideias e palavras e soluções.

Ontem, no meio da insônia coletiva que atingiu até o coitado do Aspargo, fomos pra cozinha tomar café com leite e biscoito Maizena. Assim, molhando na caneca, conversando, paquerando, falando que já vamos fazer um ano de casamento e de como é bom estar apaixonados. O papo tava tão bom que, mesmo esperando o sono chegar, rolava uma torcida coletiva para que ele não chegasse.

02/08/2010

aventuras no 415

Subimos no 415 ali na praça Saens Pena. Dia claro. Manhã de domingo azul e o desejo de passear de barco pela Baia de Guanabara. Tudo tranquilo e a gente rindo de uns adolescentes engraçadinhos sentados no banco de trás. Tudo leve leve.

Presidente Vargas. CCBB e já era hora de descer no mergulhão para subir a escada e sair na praça XV. Foi nessa hora, quando a porta abriu que Guido desceu e, enquanto eu me ajeitava em direção aos degraus da porta, uma cambada de moleques de rua entrou correndo querendo carona. O motorista gritou para eles descerem, mas eles continuaram subindo. Eu presa entre os pivetes e a rua, sem poder descer. Ai, o motorista fechou a porta e arrancou o busão feito um louco. Era moleque pra todo lado.

Eu gritava para parar que o marido tinha descido e eu ficado.
O motorista gritava que não ia parar para os moleques não subirem.
Marido do lado de fora, correndo atrás do ônibus gritava para o motorista parar que eu tinha ficado.
Os moleques gritavam nomes impublicáveis contra o motorista.

Coisa louca.

Lá na frente ele parou. Quando a gente se encontrou foi uma crise geral de riso da presepada.

15/07/2010

an angel

"Doce Marie, presente de Deus, nos deste um sorriso e logo um adeus" (*)

... homenagem da titia para o petit que não chegou a nos dar um sorriso, mas provocou grandes. Principalmente a Fatty e Ed.




(*) De O mundo de Sofia, logo no começo quando ela perde a irmãzinha com um dia de vida.

tipófi

Destrambelhada quissó, anteontem dei uma cotovelada na cara de um senhorzinho assim que entrei no metrô. Automaticamente pedi desculpas pela dor que, com certeza, ele estava sentindo, mas não obtive resposta. Uma vontade de sair dali da frente dele, mas o metrô lotado não permitia que eu desse um passo em direção a lugar algum. O jeito foi rezar para chegar logo na Central, aquele povo todinho descer e eu sumir daquele olhar que se fixou em mim desde a cotovelada.

Central. Oba!

Mas o senhorzinho parecia perceber que olhar pra mim era como revidar a trombada e sentou em minha frente num fighting sem contato físico. Fui sentindo a dor até a penúltima estação.

_ Agora eu entro no metrô com as mãos pra baixo. Sempre.

30/06/2010

devolvido e mau pago

A televisão era de 14', mas pesava mais do que ela podia aguentar. Mesmo assim, não se fez de rogada e num ímpeto de macheza há muito adormecida, ela bradou "deixa que eu mesma resolvo". Resolveu.

Foi assim também com a máquina fotográfica levada ao conserto semana passada. Ligou, achou caro, buscou e decidiu que não pagaria o conserto. Resolveu de novo.

Não tem jeito. Ela resolve mesmo. Nem era para ser assim, mas sempre foi. Nunca teve medo de tomar a frente e decidir. Nunca deixou de se cansar por isso - às vezes até mais do que deveria, como hoje, ao carregar a TV mais pesada do que ela podia carregar junto com a bolsa e a mochila da academia.

Tá cansada agora e decidida agora a deixar os outros resolverem por ela agora.

_ Ao menos agora

23/06/2010

Próxima estação Presidente Vargas

Olha o drama. Eu bem sentada na minha poltrona do metrô indo ao trabalho, fone no ouvido, minha Women's Health na mão. Concentradíssima. Mas alguma coisa parecia não estar andando bem porque eu sentia olhares me queimando. Pronto, desconcentrei.

Do meu lado um velhinho - em pé. Na frente uma grávida - em pé. Ali do lado uma cega com bengala e tudo - em pé. Sei lá que horas eles subiram, mas pareciam todos quererem o meu tão verdinho assento.

_ E agora? Dou a cadeira a quem? Dou a cadeira a quem? Dou a cadeira a quem?

Eu não poderia ser injusta. O velhinho magrelo parecia cansado demais. A grávida barriguda pesada demais. E a cega, bem... era cega demais. Dar o assento a um era ser plenamente injusta com o outro.

Bem. Esperei pacientemente sentada enquanto decidia, mas não deu tempo. A moça da gravação já falava "...Presidente Vargas, saída pelo lado direito". Desci e fiquei olhando quem seria o mais rápido.

Bem, o velhinho, que não era tão cansado assim, foi o primeiro a sentar.

02/05/2010

uma dupla de dois

Saímos para as compras do mês. No meio do caminho resolvemos entrar em uma churrascaria para almoçar. Pedimos chop, linguiças e pão.

_ só para petiscar

Pedimos outro chop e mais linguiças e mais chop e mais outro e um último de saideira e mais outro último e por fim o último último.Lá pelas quatro e tanto da tarde:

_ Vamos deixar o supermercado para amanhã?

04/03/2010

era domingo de manhã

E o tantinho de (pre)conceito que eu tinha dali escorreu na água do riozinho cheio de mato por todos os arredores. Desceu, assim, fácilfácil no mesmo dia que resolvi ver o que tinha ao final da ladeira alta. Tinha o rio, um naco de mata Atlântica, a pracinha cheia de bichos em tamanhos irreais e aquele cheiro que quero sentir no dia que eu morrer, só pra passar a eternidade inteira em estado de plenitude.

puxadinho publicitário

Acho uma falta de compostura daquela tintura de cabelo que tem Juliana Paes como garota propaganda. Putz, se não tinha grana pra uma propaganda nova, não fizesse aquele "puxadinho" com Ivete (somente a voz) ligando pra Juliana e falando dos novos vermelhos.

Todo mundo sabe que aquela propaganda não tinha Ivete no final. Todo mundo sabe que Ivete não pintou o cabelo nos últimos, digamos dez meses (coisas de gravidez, amamentação etc). Todo mundo sabe que aquilo é falta de grana pra propaganda nova.

Aprendi lá atrás, quando ainda era uma moleca correndo de calcinha pelas ruas de paralelepípedo de Nova Olinda, que "quem não pode com o pote, não pega na rodilha". Num tem grana pra propaganda nova, repete a velha, ora. Ou não.

Coisa mais feia, Nutrisse!

22/01/2010

deixa lá, deixa

Tem vezes que sinto saudades daquele tempo em que toda noite, pontualmente às sete a gente se encontrava em frente da igreja: eu, lucy liu e alysson. Não era pra falar nada importante. Era só pra se ver e o tempo de tá junto era tão bom que não havia atrasos quase nunca. E quando havia, os minutos pareciam infinitos na espera. Era uma época em que sonhávamos ser sócios de uma padaria com sotaque alemão, mesmo sabendo que isso nunca iria acontecer.

Nem sei se era um tempo feliz, mas sei que era inocente e que me dá saudades de vez em quando.
Mas só de vez em quando.
Como agora, por exemplo.

Mind the gap


A calmaria de chegar em casa é quase tão bonita quanto a vista da varandita do apê novo. Casa grande com espaço até para uma criança - ou duas, quem sabe...Por hora é plano. Mas tudo começa assim. Igual foi com o apartamento maior em um lugar tranquilo e com árvores por perto. Nem demorou tanto e o apê já é realidade dentre as tantas dos últimos meses, onde a manchete fica com a volta para a cidade maravilhosa (volta que foi muito boa, justamente por ter tido a ida).

"Home sweet home" e a velha discussão sobre a medida exata dos quadros na parede com direito a trena e, de complemento, um nível que veio junto com a caixa de ferramentas. Sim, porque não basta estar centralizado, precisa também estar reto.

_ precisa nada!

O bonito é o movimento da imperfeição. Assim, mais puxado pra direita (ou esquerda), sem monotonia, sem medida - a não ser a do olho que brilha quando atinge o lugar certo, mesmo que torto. Precisa mesmo tudo ser nota 100?

_ 9,72 me parece tão mais poético.