29/09/2008

antes das seis

Pensar nessa revolução sem o sorriso faceiro que insiste em pousar nos meus lábios é como não confirmar essa sensação for e-v-e-r de tranquilidade. Como uma chave que vem, destranca e coloca à mostra essa espécie de verniz extra, produzido nas juntas, que irradia por debaixo dos caracóis dos (m)eus cabelos...

Uma história pra contar, duas, três... Todas sobre o mesmo assunto, que fica cada vez maior dentro dela. Mesmo sem uso de qualquer palavra a mais, chorar é só uma das possibilidades do ficar triste por medo de riscar a polidez do verniz.

Essa menina adora begôneas e outras florzitas, mas não sabe cuidar bem delas. Um pouco de paciência e ela deixa de ser displicente. Mesmo com o eterno risco de afogar os mimos, só que dessa vez, por excesso de zê-lo e nunca, nunca, nunca, por falta.

25/09/2008

so sorry... ou não

Sinto muito se não consigo ficar esperando uma decisão iniciada por um talvez dê. Agoniada quissó, resolvo logo da maneira mais prática do mundo. Juro, nem é maldade, é urgência da não dependência. Geralmente acerto nas soluções e no ego de alguns que levantam a bandeirinha de minoria em crise que se acha coitadinha. Tipo soco no estômago dado com o cotovelo acidentalmente, de costas, sem querer atingir, mas atingindo mesmo assim.

_ Fazer o quê?

Não aprendi a respeitar quem se considera inferior. Isso faz parte dessa personalidade atrevida que consegue falar de igual pra igual com o mendigo que mora na parada do ônibus e o presidente da empresa. Olho no olho. Também me irrita a mania de algumas pessoas em chamar todo mundo que usa terno e gravata de doutor. Mas isso já é chatice mesmo. E não tem jeito. Assim soy yo!

fora de hora

Café com leite quentinho aquece a mão e dá uma sensação de manhã em casa. Gosto de ficar olhando a fumacinha subir até se misturar com o nada e virar nada também. Fico pensando que, se a gente toma ele quente assim, deve ter fumacinha subindo estômago acima e se perdendo entre palavras não ditas e entaladas na garganta, entre espirros presos por finesse, entre memórias de sabores e dissabores. Assim, indo.

Indo com a vida que segue sem atropelos, junto com a preguiça de forrar a cama de manhã. Vindo como as boas novidades que continuam bem vindas: meia hora de Tai Chi numa manhã de quarta-feira, um CD inteirinho de Adele em MP3, a data certa para encontrar quem deixa meu coração ao mesmo tempo disparado e tranquilo...

Necessidade do dia: Redescobrir o prazer de comer maçã.

_ tentando, tentando...

22/09/2008

lilás

Primavera bate na porta, mas parece que o ambiente anda em crise de identidade: monte de folhas amarelas pelo chão e cheiro de outono por todos os lados.

12/09/2008

Perdida num 472

Juro que é verdade e pra ser mais divertido só faltou Elycris tá junto, porque esse é o tipo de aventura boa de viver com ela. Saio do trabalho, um frio danado na esquina da Passos com a Presidente Vargas e eu só queria chegar logo em casa pois estava decotuda e o vento, por uma vírgula, não me fazia tremer.

_ oba, lá vem um 472.

Gosto de pegar esse porque quando desço é só atravessar a rua e tô em casa. Ruim que o caminho é mais longo. Bueno, subo no 472 - era daqueles que não tem cobrador - e só depois que passei da roleta e sentei na primeira cadeira percebi uma mulher, antes da roleta, ensinando o caminho ao motorista. Ela ensinava bem direitinho, mas, chegou na Glória, desceu. Antes, olha pra mim bem séria: _ é o primeiro dia dele nessa linha e ele não sabe o caminho, ajudaí. Antes de eu dizer qualquer coisa, ela foissimbora.

Me deu uma vontade de rir porque o motorista ficou olhando pra mim com uma cara de "por favor"... Assumi o posto.

_ Segue reto, dobra ali, segue aquele carro...

Confesso, me deu uma vontade traquina de mandar virar pra esquerda quando era pra direita. Juro que o diabinho ficou falando isso o tempo todo na minha orelha, mas tive medo de apanhar do resto dos passageiros. Quando tinha uma dúvida eu falava mais alto "pera, pera, pera..." e o motorista "perava" até que alguém falava é por aí mesmo.

Fui guiando até o Leme e desci na penúltima parada antes do ponto final. Antes, ensinei o coitado como chegar, duas esquinas depois. Mas isso ele já sabia.

_ nunca mais me sento nas primeiras cadeiras...

04/09/2008

lá em casa

Há uma varanda lá atrás e a mesa já não cabe mais, quando junta todo mundo. É uma zuada danada quando é Natal e todos os desgarradas voltam pra mamar na fonte do melhor amor do mundo. Doida pra ir lá e me abastecer do cheirinho de café às quatro da tarde. Todo dia, marcadinho no relógio, na memória e no peito dessa menina.

Revogar a lei do coração e da geografia. Desconstruir os mapas e a saudade de luciliu, carlitos, mami...

Meio sem caminho nesses dias que demoram.

_ Não chega outubro nunca.

regurgitando

Você liga pra me acordar e avisar que chegou. Eu, acordada há muito não consigo desacelerar esse coração que dispara mais ainda, só de ouvir tua voz de sotaque cantado.

Banho, café quentinho, almofadas no lugar, banheiro limpo, carpete aspirado, lençóis lavados, fronhas passadas, livro no lugar de livro, cd no lugar de cd...ai esse interfone que não toca.

_ será que tá quebrado?

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O mundo pára nesse abraço. Sentir teu cheiro me faz sentir em casa. Vontade de não desabraçar nunca mais.

01/09/2008

so easy

Você me arruma apelidinhos e eu gosto de quase todos. Gosto também quando, no meio do expediente, a janelinha do msn sobe e vc, off line, diz que não parou de pensar em mim desde que acordou. Gosto de lembrar do teu cheiro naquele abraço quase interminável na manhã de sexta passada, quando você veio passar o findi comigo. Gosto de ficar fazendo planos pra nós - não consigo mais fazer planos só pra essa menina.

Noivar com aliança, casar com atéqueamortenossepare, Luiz Eduardo e Julinha, música nossa cara, contar dias pra te ver, dois gatos com nome de gente, morrer de saudades, passar o domingo i-n-t-e-i-r-o no computador: fiquei careta (definitivamente C-A-R-E-T-A).

Fiquei feliz.

Você me faz sentir mulherzinha, maroca, nêga, mary, flor do mamulengo, princesa...

_ eu te amo, sabia?
_ sabia!

no me hace bien

Essa dor nas costas me dá vontade de ir pra casa, mesmo sabendo que é bem mais barato comprar Cataflan spray e aplicar eu mesma. Parece que tô me sentindo sozinha. Dói quando respiro, quando suspiro. Impressão que não vai passar tão cedo.

_ Saudade?

Domingos molhados me deixam sem vontade de sair da cama. Almoço a sopa que sobrou de ontem e janto o arroz de anteontem - gelados mesmo. Preguiça de acender o fogo e de mudar o canal da televisão. Vontade mesmo só de tomar um café e comprar aquela blusa bonita da vitrine da Oh Boy. Vontades guardadas, junto com outras menos baratas, na gaveta da cômoda que não existe no quarto.

Na lista das coisas a fazer está chamar o eletricista pra substituir os fios velhos da instalação. Cabou-se o estoque de lâmpadas. O frio deixa minhas mãos amareladas. Setembro está no começo.

_ Mas bem que já podia ser outubro...