31/03/2007

onde eu jogo o resto?

O gosto de papelão da bolacha cream cracker não era em vão: papo que acaba com "vai ver se tô na esquina" com entonação de "vai à merda"; textos travados; tarefas não cumpridas; fim de dia depois das 20h; "janela indiscreta" na tela e olho pra cima das cabeças; vontade de ir e não ir (bem feito!); papo que não te cabe; casalzinho irritante (?!) - fico de cara com essa cara de pau de alguns homens; falta de convite pra festa que quase todo mundo foi chamado...

Sensação de sobra no fim do dia.
No dia.

29/03/2007

ganhei de presente hoje cedo

Fractais

É inequívoco
como a certeza
é um equívoco
assim como a beleza
Tudo é tão simples
sem juizo de valor
sem bom ou sem mau
nascendo de uma equação
de primeiro grau

...

E no princípio era o Verbo
o desejo de desejar
a fagulha antes do pensamento
o tempo sem o momento
o ato sem som de falar

conjugando verbos

Qual será a relação da saudade com a proximidade do ver?

Só de saber que logo vou comer arroz de leite feito por mami, tomar banho de mar morninho em Coqueirinho, abraçar Liu e Dan e Lola e Faty e a Patola buchuda, tomar café fresco cuado no pano...dá uma vontade danada de já tá lá.

Mas é bom estar aqui e ter vontade de estar lá.

_ Ih, librianei de novo.

27/03/2007

legendado

O carro nem era um carrão, mas a mulher - que nem era tao elegante - se abanava tao lindamente com o leque, comprado no Saara certamente, que a cena me fez tirar o fone do ouvido pra prestar bem atenção naquela imagem no meio do trânsito do aterro. Parecia uma tia, daquelas que moram longe e que a gente ouve muito mais falar do que convive.

Fiquei pensando, eu também sou uma tia que mora longe e que é muito mais palavra que presença. Mas, não uso leque comprado no Saara e nem comprado em lugar nenhum. Sou a tia que ouve o som do Teatro Mágico no MP3 e que levava os moleques ao cinema.

O carro da mulher do leque se foi e fiquei no bus ouvindo o som gritado de Ana e o Mar no ouvido. Hoje eu queria me chamar Ana.

26/03/2007

cinco perdidos num boteco meio sujo

Anotaí. Isso de estudar do lado dos bares no centro da cidade não vai dar certo: fim da aula no sábado, dando tempo pra ver filme, bar do ladinho, chop gelado, calor da peste...

_ ah, vamos discutir o trabalho da próxima segunda no bar - quem foi o gênio q teve a idéia? - Quinze minutos de discussão e

undunitêsalameminguêumchopinhocolorê...

dois
três
quatro.
Quantos mesmo? Quinze, vinte: jorge amado escreve ruim; As vinhas da ira é o melhor livro do mundo; Glauber é um caô; mulher tipo cachorra é loira, oxigenada; jornalista é tudo chato e se acha; morenas dão logo no primeiro encontro; quer olhar a bunda das outras saia de casa 15 minutos antes do trabalho e se perca na rua da Alfândega; meu chop tá morno e esse garçon tá de marcação; eu sou touro, como é que a pessoa sabe o ascendente?; humm que delicia esse frango à passarinha; eu gosto é de filme com sexo e violência; que negro lindo q passou; pra onde vão essas pessoas tão elegantes....

de madruga

E depois de vários chops, o "Mr M" me sai com essa "intimidade é um caminho sem volta". É mesmo, viu?

futebol na tevê

Tem papo que parece último dia de novela que a gente não viu nenhum capítulo. Irrita não saber porque certas observações são feitas, certas frases são citadas, certas situações - totalmente fora de contexto - são colocadas. Melhor parar o conversê em nome de um pedido de desculpas que pode não vir mais na frente.

Ando sem paciência para buquezinhos de rosa virtual. Se é pra se desculpar que venha com beijos reais, na boca de preferência.

19/03/2007

eu jogo o resto onde?

O gosto de papelão da bolacha cream cracker não era em vão: papo que acaba com "vai ver se tô na esquina com entonação de "vai tomar no cu"; textos travados; tarefas não cumpridas; fim de dia depois das 20h; "janela indiscreta" na tela e olho pra cima das cabeças; vontade de ir e não ir (bem feito!); papo que não te cabe; casalzinho irritante (?!) - fico de cara com essa cara de pau de alguns homens; falta de convite pra festa que quase todo mundo foi chamado...

Sensação de sobra no fim do dia.
No dia.

agora

Síndrome de anti-estagnação. Será esse o nome da doença?

Quantos graus?

De novo uma revolução e ainda nem acabou a euforia da última.

_ Será que é assim mesmo e a menina não sabia?

16/03/2007

Assim como Henrique Goldman, eu também quero ser argentina...

Essa é mais nova, latente, gritante, pulsante, recorrente, esquisita, querida, louca, fixa...idéia que não sai da cabeça:

EU QUERO MORAR NA ARGENTINA

Gente, como é que eu não sei falar espanhol? Como é que o Brasil é o único país da AL que não fala espanhol? Como é que eu nunca tinha visto nada do cinema argentino? Como passei 34 anos da minha vida sem esse desejo?

Sei responder nenhuma dessas perguntas. Sei que quero morar lá, viver lá, conhecer um argentino cabeludo e de cavanhaque que vai falar coisas bonitas pra mim, ter filhos argentinos, tomar vinho sem ser evento, viajar pra Europa nas férias, morar em Baires, tomar helados mesmo no inverno, sentar nas praças e parques, hablar español e ser feliz com sotaque.

É outra coisa ser feliz com sotaque. Eu quero!

12/03/2007

Qual o destino?

Já já vai começar. Primeiro dia no curso de ROTEIRO DE CINEMA. Nossa, nem parece que tenho 3.4 e que não tô indo pro primeiro dia no jardim da infância, mas desde que acordei não penso em outra coisa - que a chefia não saiba disso. Até arrumei uma pasta lá em casa, sim, porque eu não ia chegar no primeiro dia de aula sem ao menos uma pasta pra guardar o material dentro. Será que vai ter material já no primeiro dia?

Na sexta me disseram que vivo em estado de surto - nem sei se isso era uma crítica positiva ou não, mas gostei da definição. A mesma pessoa disse que surtos acontecem como forma de desviar-se de uma realidade que não te satisfaz (ave, filosofia demais pra uma sexta-feira). Bom, filosofia errada: não quero me desviar de nada que tô fazendo agora. Tá tudo p-e-r-f-e-i-t-i-n-h-o. Sem precisar tirar nadinha do lugar, mas surtei de ir estudar roteiro.

Eu gosto muito de tá assim como tô agora. É uma vontade de fazer um bocado de coisas e sentindo que vêm ventos por aí. Liu diz que alguém tem que me botar numa jaula com seis cadeados e dois leões vigiando do lado de fora... sei o que é isso não, mas tem asinhas fazendo cócegas dentro do meu estômago. Na última vez, o vento passou e vim parar no Rio de Janeiro.

09/03/2007

só porque ontem foi quinta

Não passa de um clássico banal que todos conhecem, mas continuo a me deixar seduzir pelo que me deixa com brilho no olho. Num precisa demorar muito, basta o suficiente para provocar em mim o estado de "adorar-se feito pintura"... e todo o mundo fica diferente.

Agora tô assim. Em ponto de apaixonação exclamada.

_ E olha que ainda é março.

do lado esquerdo da pista

Mais uma nesse estado permanente de surto: roteiro de cinema

02/03/2007

Baires em partes

Não acreditei quando aquele homem de língua enrolada me mandou tirar as sandálias. Minha vontade de rir era tão grande que se eu começasse era capaz de cair no chão agarrando a barriga. Ele olhava e falava "sapatos" apontando pra meus pés. E eu, "sapatos?". E ele "si, sapatos". E eu "o quê?". E ele "sapatos"...só podia ser tirar. Aí tirei e ele ficou com cara de feliz. Devia tá pensando que eu sou abusada.

Bem, furei a fila, passei pela entrada dos diplomatas e ainda me fiz de doida fingindo não entender que tinha que tirar as plataformas altíssimas. Abusaaada...

_ Será? Tenho cara de quem trafica coisas nas sandálias?! - Deu uma vontade danada de perguntar. Mas ele não ia enteder mesmo, então o jeito era entrar na onda. Tirei a sandália, passei pelo check in e sai andando pelo aeroporto descalça segurando mi sapatos pelas tiras. Uma cena engraçada que vai entrar pra lista das minhas verdades. Ah, mas essa não é inventada.

Atenção senhores passageiros

Eu adoro os finais. Felizes ou não.

Os "the end" geralmente trazem junto o clique do interruptor acendendo a luz. É hora de levantar, juntar o lixinho e mudar de sala ou tomar um café ou ir pra casa ou escolher um novo filme - com roteiro bom, pelamordedeus - ... ou... fazer nada.

Nossa nota foi 8,0. Boa, né?